Depois de quase um ano em confinamento, calcei as botas e decidi fazer o Caminho de Santiago de Compostela. A ânsia de viajar era tão grande que pouco me importava o destino. Precisava de voltar a sentir a adrenalina da viagem e de arriscar em algo que fosse maior do que eu. O que eu não sabia era que o medo de cães, que sempre me aprisionou, me levaria a viver uma aventura. Ainda no primeiro dia de caminhada, um cão insurgiu-se no meu caminho e nunca mais me largou. Caminhamos juntos durante três dias e percorremos quase 100 quilómetros, até Espanha. Aqui, os nossos caminhos separaram-se, mas não por muito tempo. Sozinha continuei a caminhar, rumo à Catedral de Santiago de Compostela, não imaginando as surpresas que ainda me aguardavam. Afinal, viajar não é tanto sobre aquilo que se procura, mas sim sobre o que se acha.