Yeeeey, e aconteceu mesmo! Acabei de publicar mais um livro! Acreditem ou não, estou tão surpreendida quanto vocês. A vida continua a dar voltas maiores do que aquelas que consigo prever e cá estou eu, a festejar algo que, há um ano atrás, não imaginava possível. Aqui está o meu livro sobre o Caminho de Santiago!
Eu sei que já publiquei um livro e que isso, por si, já abre um precedente para publicar outro. Mas as expectativas que tinha para a minha vida não passavam pela escrita. Ver um livro publicado já foi um “Wow” muito grande. Ver dois então é um “woooooooow” maior ainda. Não propriamente por ser um livro, mas porque a vida continua a surpreender-me e isso é lindo!
Mas vamos ao que interessa – como surgiu a história que relato neste livro e o que é que podem encontrar nele.
A minha vida antes do Caminho de Santiago
Há um ano atrás, em abril de 2021, estava a trabalhar num laboratório de Engenharia na Universidade do Minho. Não vivia mal – recebia um bom ordenado, trabalhava poucas horas, tinha total flexibilidade de horário e levava uma vida bem relaxada. Mas, apesar de tudo, não me sentia satisfeita profissionalmente. Fazia aquilo que me competia, e acho que fazia um bom trabalho, mas não sentia aquela pica para sair da cama de manhã, arregaçar as mangas e começar a trabalhar, sabem?! E partilhar isto com os outros era visto como um crime. Afinal, as condições de trabalho eram tão boas que eu não tinha direito a reclamar.
Mas eu tenho muita dificuldade em me conformar com algo que não me satisfaz. E talvez isso seja uma das coisas que viajar me trouxe – durante tanto tempo vivi com tanta liberdade, que hoje é muito difícil conseguir conformar-me com uma realidade que não faz sentido para mim.
Um despedimento e o novo desejo de viajar
Com este cenário em mãos, decidi deixar aquele trabalho. Falei com a minha chefe e o mês de abril seria o meu último mês. Não me custou. Muito pelo contrário, foi até um alívio. Não tinha muitas expectativas sobre o futuro. A ideia era fazer umas viagens, se a COVID permitisse e “logo se via”.
Mas a COVID ainda não nos tinha deixado. A maioria dos países ainda estavam fechados, com quarentenas obrigatórias e múltiplos testes de PCR como requisitos de entrada. Passei horas a procurar opções e a riscar países da lista. A Europa era a única opção – afinal de contas, estava mais perto e as restrições não eram tão rígidas como na Ásia ou na América do Sul.
O Caminho de Santiago
Foi então que me lembrei de fazer o Caminho de Santiago. Era uma “viagem” que estava na minha lista, mas, como era tão acessível, fui deixando para trás. A verdade é que, naquele momento, era a melhor opção que tinha – não implicava apanhar aviões (e com isso fazer uma porrada de testes), não precisava de organizar praticamente nada (era só sair de casa e começar a andar) e não era seria uma viagem cara (tinha-me despedido e não me podia dar ao luxo de grandes despesas).
No fundo, o que eu queria era sair de casa e “viver qualquer coisa”. O segundo confinamento matou-me e eu só queria respirar. Agarrar na mochila e ir para qualquer lado onde pudesse conhecer gente nova e “viver viagem”. Era só isso.
Um medo incontrolável e um amigo de quatro patas
Uns dias depois de ter deixado o meu trabalho, peguei numa mochila com 5 quilos, num chapéu e num bastão de caminhada que o meu tio me ofereceu e saí de casa. O meu maior medo ao fazer o Caminho sozinha era a possibilidade de encontrar cães. Desde pequena que tenho pavor a canitos, especialmente em locais rurais, com poucas pessoas, onde os cães costumam andar soltos.
Dentro das cidades não me faz confusão até porque, se o cão estiver solto, posso sempre gritar por ajuda. Mas imaginar-me num mato frente a frente com um cão territorial era algo que me inundava de medo. E o resto vocês já sabem. Ou, se não sabem, conseguem imaginar … Estava em Moure, Vila Verde, a 10 km de casa quando um canito se atravessou à minha frente e decidiu não mais me largar. O primeiro encontro foi atribulado, comecei a correr na direção contrária ao cão, até encontrar outras duas peregrinas que, não só me ajudaram como acabaram por se tornar companheiras de viagem. Tentei de tudo para o bicho se afastar, mas, quanto mais eu tentava, mais ele ficava a olhar para mim com aqueles olhinhos doces.
Uma viagem que deu um livro
E é precisamente esta história que vão poder encontrar neste livro. A minha história e a do Santiago … Quem acompanhou de perto esta viagem, sabe que a nossa história parece ter sido tirada de um filme – só no primeiro dia o Santi foi atropelado, ficamos presos numa propriedade privada e apanhamos boleia de uma senhora que tinha acabado de perder a filha.
Os dias seguintes não foram mais fáceis – o Santi não desistiu de mim e continuou a seguir-me. Em Tui, Espanha, caímos nas malhas da Proteção Civil e vivemos um filme de terror – acusaram-me de tráfico de animais e tiraram-me o cão. A mim, que sempre detestei cães! E foi este o mote que me levou à segunda parte desta história – a conhecer 4 pessoas absolutamente fascinantes e incrivelmente diferentes entre si. Indivíduos singulares que, por entre as suas idiossincrasias, me ajudaram a lidar com esta situação e se tornaram numa segunda família, a Família Santiago.
Há histórias que viram livros e esta é uma delas. Ao longo destas páginas vão mergulhar numa aventura alucinantes. Afinal, não é preciso apanhar um avião para a Tailândia, e embarcar numa viagem enorme, para se viver uma boa aventura 🙂
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